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domingo, 18 de janeiro de 2009

Cinema Expandido - Evocação e Exposição

Evocação e Exposição:

Em Direção a Consciência Oceânica


"A artista multimídia e cineasta Carolee Schneemann caracterizou “evocação” como o lugar entre desejo e experiência, as interpenetrações e deslocamentos que ocorrem entre vários estímulos sensoriais. “A visão não é um fato, mas sim um agregado de sensações. A visão cria seus próprios esforços em direção a realização; esforço não cria a visão

Assim, através da criação de um novo tipo de visão, o cinema sinestésico cria um novo tipo de consciência: a consciência oceânica. Freud falou da consciência oceânico como aquela em que nós sentimos nossa existência individual perdida em uma união mística com o universo. Nada poderia ser mais apropriado para a experiência contemporânea, quando pela primeira vez o homem tem deixado o limite deste planeta.

Scheneemann define “percepção” como o “olho-viagem”. É precisamente através de uma espécie de empatia-desenho que o conteúdo do cinema sinestésico é criado por uma iniciativa entre o filme e o espectador. A própria natureza da evocação exige esforço criativo por parte do espectador Em uma narratia, uma história está sendo contada; na sinestesia evocativa uma experiência, uma sensação, está sendo criada. A figura de Stan Brakhge em Dog Star Man se move através de um ambiente psíquico criado pelo espectador, cujos seus recursos criativos e desejos mais profundos e escondidos são evocados pelo filme.

Herman Hesse resumiu os efeitos evocativos da consciência oceânica nesta passagem: “A renúncia à natureza do irracional, estranhamente confundido formações produz em nós um sentimento de harmonia interior com a força responsável por estes fenômenos. As fronteiras separando-nos da natureza começam a dissolver. Somos incapazes de decidir se as imagens na nossa retina são o resultado de impressões provenientes do interior ou não. Estamos descobrindo que somos criativos, e em que medida nossa alma faz parte da constante criação do mundo”

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